segunda-feira, dezembro 20, 2004

óculos

O teu nome era uma insistência
Amarrotada no bolso.
Os óculos não apareciam...
As rimas gastas não podiam
Fazer parte desse poema.
Era o mais bonito. O mais verdadeiro.
Não se podia escrever.
Os óculos perdidos...
Fiz concha com o peito
Aconcheguei esse sentir.
Que era demasiado frágil
Para permanecer.
Procurámos os óculos pela cidade...
E lá estava o teu nome,
Aguardando engelhadamente pelo meu.
E lá ficaram assim –à espera um do outro. No bolso.
E os óculos sem aparecer...

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