terça-feira, janeiro 18, 2005

"Ninguém duas vezes"

"Vamos acertar as nossas respirações..."

E outra Lisboa, tão distante, tão presente. Tão actual.
Lisboa invernosa da frustração, das noites em branco, das madrugadas tristes- o cinzeiro a transbordar beatas angustiadas de insónia.
Lisboa desenha-se na timidez da luz, da água, das palavras. Sobretudo, das palavras.
Lisboa de não sabermos dizer quando é preciso; humilhação de silêncio baço a corroer o que ainda resta de vontade. Lisboa de não sabermos a coragem de amar. Outra vez.

Os limpa pára-brisas a lavarem-nos as lágrimas entre uma canção e um regresso triste ao sítio de sempre.
O fascínio a demorar-se-nos nos olhos e nos gestos contidos.
A arte volta. Nós voltamos.

A amor. Sobretudo, a poesia dos homens.

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